Olá pessoal!
Gostaria de dividir com vocês um momento muito importante e gratificante que tive na minha carreira de magistério.
No ano passado fiz a inscrição para participar da Olimpíada de Língua Portuguesa, inscrevi as minhas cinco salas, no total foram. 16 alunos participantes.
Devido o cronograma da Olimpíada ser muito corrido, além de trabalhar com esses alunos em sala de aula, também trabalhava fora do horário de aula. Foram dias e dias de trabalho intenso, mesmo sendo muito cansativo tanto para o professor como para o aluno, nós nos superávamos a cada dia.
Foram muitas aulas só de explicação sobre os Gêneros Textuais, pois os gêneros eram diferentes para cada série, inúmeras leituras, muitos rascunhos, pesquisas na internet, videos sobre os temas...e assim os textos foram sendo construídos.
Assim que os textos ficaram finalizados, foi feito uma votação na escola para escolher o texto vencedor na Etapa Escolar, e que iria concorrer na Etapa Estadual.
O texto vencedor foi Artigo de Opinião com o tema Bullying da aluna Andressa Miranda do 2ºA EM da EE Arnolfo Azevedo, que também foi vencedor da etapa Municipal.
Bullying: criminalizar ou educar?
Lorena, município onde moro, é uma cidade localizada no interior de São Paulo, mais precisamente na bela região do Vale do Paraíba. É uma cidade que tem avançado na área da educação, pois contamos com escolas técnicas, escolas da rede estadual e municipal, privadas, além de nomeadas instituições de ensino superior que atrai diversos jovens de municípios vizinhos para estudar em nossa cidade. Só em 2008, eram mais de 5.000 alunos na graduação em Lorena. E em uma cidade onde possui tantos estudantes, definitivamente, o Bullying é algo que deve ser discutido. São inúmeros os relatos de agressões dentro de nossas escolas. E se queremos que a educação continue a avançar em nossa cidade, não podemos ignorar este grave problema que tem afetado escolas lorenenses e toda sociedade em geral. O Bullying é um termo inglês que se refere a todo tipo de agressão física ou psicológica, que se manifestam em forma de “brincadeiras”, apelidos, ameaças e perseguições.Enquanto isso, uma comissão de juristas discutem propostas para o novo Código Penal Brasileiro, e dentre estas propostas esta a criminalização do Bullying. Professores, advogados e jovens possuem opiniões divergentes em relação ao assunto: advogados defendem que a lei será benéfica, enquanto educadores acreditam que o problema deve ser tratado de um ponto de vista pedagógico e psicológico, e por fim a maioria dos jovens considera a medida radical, pois simples brincadeiras aparentemente saudáveis e inocentes seriam mal interpretadas. Está claro que este é um problema sério e que não se trata de uma simples brincadeira de adolescentes, visto que suas consequências vão além dos problemas de rendimento escolar ou de socialização do aluno, este tipo de violência pode ser fatal, levando a vítima até mesmo ao suicídio. Muitos consideram que uma consequência tão trágica é improvável ou um exagero, porém a gravidade do tema vai além da minha opinião, mas está evidenciado pela análise real dos fatos. Segundo pesquisas realizadas pela Universidade de Vale dos Estados Unidos foi comprovado que o Bullying é uma das principais causas de suicídio de crianças e adolescentes, além disso, é a 3ª maior causa de mortalidade no mundo nesta mesma faixa etária. Felizmente, não há conhecimento de mortes resultantes do Bullying em minha cidade, todavia as agressões se tornam cada vez mais frequentes e para que nossos jovens não entrem nestas trágicas estatísticas, é indiscutível que medidas devem ser tomadas.
Do meu ponto de vista, o projeto de criminalização é uma iniciativa interessante, pois dará mais visão e seriedade ao tema, entretanto está longe de ser a solução, a criminalização de nada valerá se não for associada à prevenção. A solução não está presente na esfera penal e sim na esfera humana. Primeiramente precisamos de diálogo, este é um assunto que precisa ser discutido entre pais e filhos, alunos e professores. Todos devem ter conhecimento de suas consequências, os pais devem participar ativamente na educação dos filhos, resgatando valores como o respeito e a tolerância que se não forem aprendidos em casa, com certeza não serão praticados na escola. Em segundo lugar, a escola não pode se mostrar impotente diante do Bullying, deve demonstrar que ali é um lugar de coletividade, solidariedade, diálogo e principalmente respeito mútuo. Educadores devem se preocupar em orientar os alunos, informá-los e inibir qualquer tipo de agressão, não somente em forma de punições, mas através da informação e conscientização. E os agressores precisam de atenção tanto quanto a vítima, criminalizá-los seria o mesmo que ignorá-los, o problema não estaria visível, contudo continuaria presente.
Por fim, podemos concluir que a solução para o Bullying não se resume em punir e criminalizar. A educação sempre foi a solução para diversos males da sociedade, e creio que não é diferente em relação ao Bullying. A educação é o melhor caminho, associada ao resgate de valores de família que tem sido esquecidos e invertidos. A Lei não ensinará ao agressor o que é respeito, e somente respeitando uns ao outros teremos jovens melhores e uma sociedade melhor.
Premiação Etapa Escolar
Como é gratificante ver seu aluno concorrendo a um prêmio, com o conteúdo que você ensinou e, ele fez questão de aprender! São alunos assim que as escolas precisam, alunos com interesse em leitura e escrita construtiva.
Professora Angélica Troysi
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